quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

sessão da tarde


de repente ela apareceu. vestida com uma simples calça jeans e camiseta, mas estonteante. a meu ver, ao menos, deslumbrante mesmo, como se manteve todas as próximas vezes que a vi.
não conseguia disfarçar o sorriso que era encontrá-la em qualquer ocasião que fosse. 'gosto de você' - ela disse, certa vez, e admito que isso me assustou um pouco; por sorte (minha, não sei se dela também) o susto não durou tempo suficiente à ponto de fazê-la perder esse carinho por mim. carinho esse que virou amor; amor que virou parte de mim, do todo ou, até mesmo, tudo.
depois do inesperado primeiro beijo que lhe dei eu soube: essa mulher foi feita pra mim.
sua boca encaixa na minha, e seu cheiro quando toca minha roupa não sai mais, não. e nem quero que saia, porque só assim, talvez, ela continue dentro de mim, e só eu sei como ter que estar longe dela dói. talvez poucas pessoas, aquelas que conhecem a profundidade do meu olhar, saibam como me sinto. bem poucas, mesmo. aquelas que sabem o abraço e as gargalhadas que eu preciso dar só pra tentar fazer essa saudade dela se afastar um pouquinho de mim, por alguns segundos.
eu não sei exatamente como, mas agora só sei sentir esse amor. parece-me que nenhum outro amor virá a se assemelhar dele, e é esse o motivo de eu gostar dessa tal saudade que guardo aqui dentro dia após dia. saudade até daquela ausência que tanto foi objeto das minhas reclamações.
espero que, depois dessa viagem, tudo volte ao normal, porque sentir só saudade cansa, além de doer.
utopia?

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