Consolo.

Eu juro, juro mesmo que quando eu for bem rica eu compro a casa das rosas pra ti, e então ela vai ser tua, e somente tua, assim como a outra mulher-amor-da-tua-vida também vai ser. Já te disse, estais forte, minha criança. Agora tu vais conseguir, eu sei que vais, vejo isso no sorriso dos teus olhos.
Eu faço dos plec plecs dela os meus, e agora lembra da tua amiga aqui, quando ouvi-los por aí, pelos chãos teimosos de madeira da nossa cidade quente, quente mesmo que ao luar.
Divide teus salgadinhos comigo, canta pra mim, briga comigo, porque tu podes confiar mesmo em mim pra isso. Só pra te fazer sorrir dos meus pensamentos críticos de menina.
E eu nunca, nunca mesmo vou deixar que outra pessoa te ofenda, e tu te sintas assim, pequenina, ofendida. Vou cuidar de ti, vou sim, porque tu és bonita como aquelas rosas cor de sol que vimos no teu futuro jardim, que vai ser um presente de mim, que vai ser eu na tua vida. Te peço que cultives uma dama-da-noite, pra ver se aquela paulistana aparece pra ti com a dela, e então vocês poderão ser dois casais lindos e felizes.
Eu vou te dar, também, uma calopsita. Aquela belezinha cor de neve, que é pra te acompanhar nas noites de trovão, e pra ser o teu friozinho branco nas noites de vapor.
Tudo e nada disso porque eu te amo, e vou cuidar de ti, assim, feito irmãzinha coruja mesmo. A minha corujinha, amiga da tua calopsita. Tua rosa-da-noite amiga da minha margarida, e o meu Libriano amigo da tua paulistana.
Vais ser a madrinha da minha primeira filha, a Sofia, que vai ter o mesmo nome da tua primeira menininha querida.
O mais importante, e lindo de tudo: iremos reler e relembrar tudo o que escrevemos e dizemos hoje em dia uma pra outra, na varanda da nossa casa de praia branca de janelas e portas azuis, e vamos rir pro céu azul dos dias de verão, enquanto vemos nossos netinhos, lindos e inocentes como nossos alunos, brincarem de ser amor. É só esperar.