Acordei e tomei um café pra espantar o sono, a fome, a dor e os demônios. Todos eles. Injetei cafeína no organismo pra ver se consigo te esquecer. Se consigo deixar de lado as ruas de ladrilho da tua cidade, os dias quentes daquela nossa praia deserta e o cheiro dos teus cabelo sobre os meus braços.
Mas não dá, minha flor. Pra esquecer tudo isso eu teria que te odiar. E como, me diz, como que se odeia a mais bela das criaturas desse mundinho-da-minha-cabeça? Tão bela de alma, de corpo. Pena que não era assim tão de coração.
Resolvi sair pra andar nessa cidade aqui, que é minha, tanto quanto esse amor por ti. Conheço-a como a meu próprio coração, sei seus defeitos, suas belezas, entendo de suas entranhas e, ainda assim, gosto de seus mais tortuosos caminhos, das partes mais mal encaradas. Me trazem melhores memórias, por incrível que pareça.
Vou pela rua também de ladrilhos, minha preferida, por ser tão você, e por serem, esses aqui, tão meus. Percebi estar com os sapatos amarelos que você tanto gostava, simplesmente por contrastarem tão bem com os ladrilhos banhados a sol das manhãs de domingo. Sorrio.
Paro em uma padaria pra mais um café, agora acompanhado de um cigarro. Dessa vez me vem à cabeça o teu sorriso amarelo, fazendo bandeira nacional com aquele dia de mar e de céu. Dou uma tragada profunda e demorada, como que te colocando pra dentro, o meu amor-droga, você.
Queria eu ter essa simplicidade, poder comprar-te a qualquer hora, em toda esquina, te ver na mão de vãos bêbados e achar normal, saber te dividir. Ter-te quente e pulsando na veia. Queria você em mim.
Percebo que já tenho como quero, mas não preenche. E agora?
Desabo.
domingo, 26 de abril de 2009
Assinar:
Postar comentários (Atom)
1 comentários:
és tão igual à mim às vezes! conseguiste me explicar aqui mas do que eu própria conseguiria! hahha
beeijo ceschy
p.s.: por que não tô add aqui? :(
Postar um comentário