sábado, 17 de abril de 2010

Lígia.

É que ela tem esses olhos negros e indecifráveis e nus e misteriosos. Exatamente do tipo que eu gosto, os que penetram e vão me matando decagarinho a cada segundo, aumentando e me absorvendo e me encurralando e me jogando num quarto cheio de fotos dela e desses olhos incríveis, quarto grande ficando pequeno, eu me fundindo com o as paredes e a mobília e as fotos e ela.
Quando ela ssiste filmes, os olhos são as janelas que a possuem, chorando, sorrindo, sendo ela, sendo eu, sendo eu nela, sendo ela em mim.
Os olhos dela, ai Lígia, os olhos dela são aquela coisa que, de tão bonita, você quer chamar de sua, e você quer que sejam seus pra te acompanharem, pra tentarem te decifrar, pra trazerem aquele corpo mais pra perto, pra fazerem o seu nariz penetrar na atmosfera dela, fazendo a sua boca amortecer e congelar num sorriso refletido nos olhos dela.
Porque ela é como você, e você é uma coruja de Caio: um olhar dentro, de quem olha fixo e sacode a cabeça, acenando, como se numa penetração entrassem fundo demais, concordando, refletidas.

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