E todos os dias parecem uma eterna repetição do pior-dos-dias. Não sei exatamente onde começa, se é quando vou dormir e você não mais me abraça e, ainda assim, a noite insiste em passar, ou se quando acordo e repito mentalmente a frase "Eu não quero ir", abro os olhos e não vejo você ao lado, assim, como um apanhador de sonhos, me protegendo. Choro.
Não ando mais pelas ruas geladas, uma mão na sua e a outra no bolso do casaco. Não ando mais por lugar nenhum com a sua mão na minha, e isso dói. Não tenho mais uma passagem endereçada pra outra cidade, nem mesmo pra rasgar de raiva. Fiz pior e joguei-a fora, tomada por esse mesmo sentimento.
Cortei e joguei fora, também, os pedaços de cabelo que você tocou e cheirou e acariciou e admirou. Não por maldade, ou por nada de ruim, é que simplesmente não me parecia justo eles continuarem aqui, sem você por perto pra fazê-los crescer bonitos e fortes.
É que você tem que entender o quanto eu te amo, sabe? O quanto cada milímetro desses quilômetros que nos separam me machuca, o quanto de saudade acumula dentro de mim nos não-segundos filhos de uma puta que insistem em se reproduzir enquanto eu respiro.
Eu já disse, quero isso que chamam por aí de vida só se for ao seu lado. Já descrevi pra você a casa que vamos ter, já discutimos sobre nossa futura filha, já percebemos o quanto temos em comum. Já aceitamos o destino e os segredos que os passarinhos do acaso nos contaram ao pé do ouvido e eu eu quero que você saiba, meu amor, quero que não esqueça nunca.
I'm not going anywhere without you.
sexta-feira, 27 de agosto de 2010
Assinar:
Postar comentários (Atom)
0 comentários:
Postar um comentário